domingo, 6 de fevereiro de 2011

Como a tendência do Consumo Seletivo pode afetar o Varejo de Moda




Os noticiários e estatísticas apontam que o nosso país está vivenciando o auge do consumo. Os consumidores emergentes estão na fase de “tirar o atraso” e querem experimentar a compra de tudo. E os consumidores das classes mais altas, estão se deleitando nas marcas de luxo e comprando produtos que só eram possíveis de se ter com viagens internacionais.

Enfim, compra-se muito! E o varejo de moda, então, ainda tira proveito dos consumidores que acham que quanto mais peças no guarda-roupa melhor.

Contudo, verdade seja dita, esta situação vai mudar! Junto com tanto consumo, começa a aparecer a inadimplência, e a conseqüência é o aprendizado do consumidor. A poeira baixa e o cosnumidor vai praticar o consumo coletivo, que nada mais é do que, o consumidor frear seus gastos e comprar só quando o produto vale a pena, é necessário ou raro. As redes sociais também munem os consumidores seletivos de informação sobre todos os produtos e fazem-no pensar duas vezes se compra ou não.

O consumidor tende a comprar menos a cada dia e exigir mais de cada experiência!

Esta onda, chamada lá fora de Cult of less (o culto ao menos) começa a pipocar aqui em todas as frentes. Vemos desde a Revista da Editora Abril, chamada “Vida Simples” do mês de janeiro ensinando o leitor a se desfazer de 50 coisas, até as redes sociais com comunidades incentivando a simplicidade como o segredo da felicidade. Na Europa e nos EUA, o consumo seletivo é moda (pra sempre) entre os jovens, principalmente nestes momentos pós-crise econômica, cheio de incertezas. O consumidor passa a perguntar para si próprio o tempo todo “ Preciso disto para viver...?”, e isto vai tirá-lo facilmente das lojas , pois ele sabe que a resposta, na maioria das vezes é “Não preciso disto para viver”. Gustavo Cerbasi, escritor de livros sobre finanças pessoais, ensina os seus leitores a fazerem constantemente esta pergunta antes do consumo de supérfluos, e ele jura que assim juntou seu primeiro milhão. Tentador, não...?

E como fica o Varejo de Moda, neste cenário?

Veremos cada vez menos consumidores compulsivos, e Becky Bloom, aquela que deu nome ao filme e tinha delírios de consumo será peça de museu.

O varejista de Moda precisará se reinventar.

Em primeiro lugar, o papel ( e questão de sobrevivência ) para o varejo de moda, será tornar a experiência de compra inesquecível! Encher suas lojas de estímulos sensoriais atrairá os consumidores em busca da compra sensacional. É a grande chance das power shops, aquelas lojas para onde os consumidores vão para entretenimento, terapia, relax e fantasia.

Outro caminho para atrair o consumidor é o atendimento demonstrar a perenidade de um produto e sua utilidade. É preciso transmitir ao consumidor, a idéia de um produto “para sempre”, que ele tão cedo não precisará comprar outro, pois sua escolha é clássica. Voltamos para a busca da durabilidade, depois de um longo período da vontade de que o produto dure pouco para logo ser renovado.

O consumidor também quer a sensação de uso extensivo do produto, transformando uso em retorno do investimento. As personal stylists estão ensinado as suas clientes a dividir o preço pago por uma peça pelo número de vezes
que a utilizou, e assim perceberem o retorno do valor investido. Ensine sua equipe de atendimento a fazer o mesmo.

E por último, um requisito para sobrevivência na tendência do consumo seletivo é munir as redes sociais com informações positivas e consistentes sobre sua loja e seus produtos para que o consumidor faça sua seleção tranqüilo e o inclua em sua opções. Não ouse deixar que sua loja caia em sites como o Reclame Aqui, que pode arruinar sua empresa.

Enfim, a tendência do consumo seletivo pode se transformar em grande oportunidade para o varejo de moda se reinventar e entrar na restrita lista do nosso querido consumidor.

Dê poderes a sua loja já!


Por: Cristina Marinho
Consultora de Marketing e Comportamento

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