domingo, 4 de abril de 2010

"As modas" da última década

O Jornal inglês The Telegraph publicou, tempos atrás, uma matéria em que revisava "as modas" da última década, com insights e lembranças super relevantes pra contextualizar a moda mundial. Bom perceber que é olhando pra trás que a gente se motiva a seguir em frente - especialmente em relação a gostos e vontades e a tudo que a gente já usou... e ainda vai querer usar. Vale muito mais pra moda de fora do Brasil do que pra nossa realidade, pro nosso dia-a-dia, mas é informação valiosa pra quem se interessa pelo tema. Olha só o que a matéria contou de mais legal:


As tendências:

De 2000 a 2009 a gente se acostumou com shorts no trabalho, leggings com tudo, viu aparecer o paletó do namorado e calças que ensimaram a gente novos jeitos de pensar modelagem - tipo skinny, saruel, cintura alta e tals. Mas a matéria diz uma das tendências mais forte dessa década foi o boho (pensa Sienna Miller e saias longas e micro florzinhas e acessórios em couro cru e cintos largos). Aqui no Brasil o boho não aocnteceu tããão literalmente quanto lá fora, teve bem mais interpretação dessa tendência pro 'nosso jeitinho', né?

Teve ainda o vestido galaxy do designer Rouland Mouret, que a matéria responsabiliza pela volta dos vestidos da metade da década em diante. As formas angulares do galaxy, com ombrinhos pontudos e cintura/bumbum bem definidos em modelagem, evocam os anos 80 e - de acordo com o Telegraph - fizeram com que a gente pensasse diferente sobre o corpo feminino na hora de se vestir. Pode ser, né?


Os acessórios:

Depois de todo mundo obcecado por sapatos por influência de Sex and the City - Louboutin, Jimmy Choo, Manolo Blahnik e outros passaram a fazer parte do nosso vocabulário cotidiano, de uso ou só de desejo! - todo mundo ficou obcecado por bolsas. E as bolsas passaram a ter nomes, tipo a Stam de Marc Jacobs, a Paddington da Chloé, a Spy da Fendi e a Muse do YSL (é verdade, haha!). Foi a década em que as bolsas passaram a ter preços estratosféricos, quase sempre com preços de 1uatro dígitos. E ao mesmo tempo em que a cultura das it bags se instalou, a Chanel 2.55 reapareceu como antítese pra lembrar todo mundo que o que é eterno/clássico é sempre legal.

((Diz que calcularam que a coleção de Birkins e de Kellys da Hermés que a Victoria Beckham tem vale mais de um milhão e meio de libras!))


Os ícones:

O glamour de NY apresentado por Carrie Bradshaw, os vestidinhos da Lily Allen, os sapatos tipo oxford da Alexa Chung, as versões moderninhas de Jackie O que Michelle Obama e Carla Bruni representaram, o novo jeito de ter 50 anos que Madonna mostrou. Mas ninguém foi mais ícone nessa década - ou despertou mais desejo, foi mais inspiração - do que Kate Moss. Por causa dela todo mundo quer usar skinny jeans, jaquetinhas cortas, paletó ajustado, pele falsa e sapatilhas. E assim ela passou de modelo pra mulher de negócios bem sucedida - vide a parceria rentável com a Top Shop.


As controvérsias
O mundo da moda é povoado de disse-me-disse desde sempre, mas entre os anos 2000 e 2009 o que mais rendeu conversa foi a magreza. O "tamanho zero" (na numeração de lá de fora) se popularizou por conta da Victoria Beckham e da própria Kate Moss e a stylist Rachel Zoe foi acusada de incentivar suas clientes a tomar remédios pra perder peso - suas clientes mais famosas, na época do bafo, eram Lindsay Lohan e Nicole Richie, magérrimas. E as modelos começaram a ser vigiadas por conta de anorexia... pra na sequência aparecer a Beth Ditto, vocalista da banda Gossip, nua e gorducha na capa da Love Magazine! Nesse mesmo tempo Lara Stone, modelo bem menos magra que todas as outras modelos da sua geração, também estourou. Vai entender.


Os designers
Foi o tempo de mais parcerias entre gardes redes de roupa e estilistas de "alta moda" que já se viu. Teve Stella McCartney pra H&M (e pra mesma loja também teve Karl Lagerfeld, Comme des Garçons, Jimmy Choo e Sonia Rykiel). Estilistas como Giles Deacon, Matthew Williamson e Julien MacDonald também fizeram roupas com "preços mais democráticos" pra alcançar mais consumidores - nessas parcerias todo mundo ganha. Celebridades entraram na onda e Madonna, Lily Allen e Kate Moss também fizeram moda. Aqui no Brasil a onda de parcerias ainda engatinha mas dá sinais de que tá pra tomar fôlego.

Mas esse caminho democrático encontrou uma bifurcação e de 2000 a 2009 a gente viu a Balmania acontecer firme e forte, com peças-desejo comuns mas bem caras: os jeans rasgados, vestidinhos super super curtos e as jaquetas de ombros pontudos nunca custam menos que uma mini-fortuna - por isso a quantidade de "homenagens" produzidas na China e em todo lugar.

Pra fechar a década de lembranças, fashion, a matéria lembra que foi em 2008 que o Yves Saint Laurent morreu, em 2007 o Valentino se aposentou (depois de trabalhar 45 anos bem sucedidos na indústria da moda, clap clap clap!) e que em 2009 Christian Lacroix apresentou provavelmente sua última coleção por conta de problemas financeiros.

A matéria do Telegraph, na íntegra e en inglês, tá disponível aqui. E que venham mais dez anos de vontades, fofocas, reflexões e aventuras. Né?



Fonte:http://www.theblackcatwalk.com.br/

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